O token BIO da Bio Protocol tem-se destacado recentemente devido ao seu desempenho notório em termos de valorização. De acordo com dados da Bitget, o preço do BIO iniciou-se em 0,056 $ em 6 de agosto de 2025 e evoluiu de forma consistente até atingir o máximo de 0,2081 $ em 22 de agosto de 2025—o que corresponde a um aumento superior a 270 % durante este período.

Atualmente, cerca de 174 milhões de tokens BIO encontram-se em staking, representando aproximadamente 9,3 % do total em circulação, que ascende a 1 854 milhões de tokens. O BIO está listado em várias das principais bolsas, incluindo Binance, Coinbase e Bithumb.

No final de 2024, a expansão do DeSci durou apenas alguns meses. Após a listagem do BIO na Binance, o seu desempenho foi amplamente descrito como “desastroso”—depois de atingir um máximo histórico de 0,8 $, registou uma descida progressiva, estabilizando perto dos 0,05 $ até agosto de 2025, uma desvalorização superior a 90 % face ao máximo. O que motivou, então, o ressurgimento do BIO?

Recordando os acontecimentos, em 8 de novembro de 2024, a Binance Labs (atualmente YZi Labs) anunciou um investimento na Bio Protocol. Apesar dos detalhes não terem sido revelados, esta decisão evidenciou o reconhecimento, pelo capital institucional, do setor DeSci.

Como projeto de referência no segmento DeSci, a Bio Protocol tem como objetivo central “transformar os modelos de financiamento e comercialização da investigação biotecnológica em fase precoce” por intermédio de uma rede DAO especializada.

Recorrendo à tecnologia blockchain, a plataforma faculta cientistas, pacientes e investidores em todo o mundo a possibilidade de participarem, em conjunto, no desenvolvimento de novos medicamentos, enfrentando os obstáculos tradicionais de concentração de capital nas grandes farmacêuticas e restrições nos resultados de investigação. Isto permite que intervenientes globais promovam o financiamento e a colaboração em terapias inovadoras, designadamente para doenças raras, investigação sobre longevidade e questões emergentes de saúde pública.

Em 3 de junho de 2025, o token PYTHIA do projeto DeSci registou uma forte valorização, subindo de 0,0168 $ para 0,122 $ até 14 de agosto de 2025—um acréscimo de 626 %.

Em 31 de julho de 2025, a Coinbase listou simultaneamente os tokens BIO e RSC, ambos projetos DeSci, assinalando o regresso deste setor aos mercados principais de ativos digitais do Ocidente.

Desde então, o token VITA do projeto VitaDAO aumentou de 1,17 $ em 1 de agosto para um máximo de 2,22 $ em 22 de agosto—um ganho total de 89 %. O token NEURON da Cerebrum DAO teve também uma performance excecional em agosto, com uma valorização superior a 180 % no mês. Já o token CRYO da CryoDAO valorizou mais de 200 %, o GROW da ValleyDAO subiu 76 % e o HAIR da HairDAO aumentou 67,5 %. Estes indicadores comprovam o renovado dinamismo do setor DeSci.

Aubrai: Como os Cientistas de IA Estão a Transformar a Investigação sobre Longevidade

Em 2025, a Bio Protocol acelerou o seu ciclo de inovação. A 21 de agosto, Bio Protocol e VitaDAO lançaram em conjunto o projeto Aubrai, o primeiro sob a iniciativa BioAgent Launch, dando início oficial à estratégia de “agentes de investigação descentralizados”. A venda decorreu durante apenas 24 horas, com participação através de staking de BioXP e compromisso de tokens BIO. O evento de geração de tokens AUBRAI (TGE) está agendado para 25 de agosto.

A Bio Protocol divulgou a tokenomics do AUBRAI, prevendo um total de 2 milhões de tokens: 20 % para venda, 6 % para o pool de liquidez, 15 % para tesouraria, 20,1 % para os primeiros apoiantes, 10 % para a Fundação LEV, 22 % para VitaDAO e 6,9 % para a Bio Protocol.

Aubrai foi desenvolvida utilizando dados laboratoriais exclusivos do pioneiro da investigação em longevidade, Dr. Aubrey de Grey. Ele propôs as “Stratégias para Senescência Negligenciável Engenhada (SENS)”, metodologia que visa prevenir doenças associadas à idade reparando danos celulares. O Dr. de Grey é licenciado em Informática e doutorado em Biologia pela Universidade de Cambridge, sendo autor de livros como “Mitochondrial Free Radical Theory of Aging” (1999) e “Ending Aging” (2007).

Atualmente, desempenha as funções de Presidente e Chief Science Officer da Fundação LEV, dedicada à investigação em longevidade. O principal projeto, “Robust Mouse Rejuvenation”, em parceria com a Ichor Life Sciences, recorre a experiências de grande escala com ratos para testar intervenções terapêuticas em fase avançada, privilegiando estratégias de reparação de danos e evitando intervenções precoces como edição genética, o que acelera a aplicação clínica em humanos.

Outro programa da Fundação LEV, “Transplants on Demand”, promove engenharia de tecidos e apoia tecnologias de criopreservação desenvolvidas pela Keinice Bio, que usa gás hélio ultrafrio para vitrificar órgãos, evitando assim a toxicidade dos crioprotetores tradicionais e respondendo à insuficiência orgânica relacionada com a idade ao disponibilizar órgãos jovens “prontos a utilizar”.

A Fundação LEV apoia também a Alliance for Longevity Initiatives, uma organização sem fins lucrativos (501(c)(4)) que defende o apoio governamental dos EUA à investigação sobre longevidade. Em colaboração com especialistas da área, a fundação promove o reconhecimento das doenças crónicas associadas à idade e assegura a captação de financiamento federal a nível nacional.

Através deste trabalho, o laboratório do Dr. de Grey reuniu milhares de notas inéditas, dados experimentais e conhecimento coletivo mundial sobre longevidade. Estes “ativos privados de investigação”, anteriormente reservados a uso interno, foram agora agregados como dados de treino para Aubrai.

Na prática, Aubrai já revolucionou o fluxo de trabalho da equipa de de Grey, gerindo mais de dez projetos complexos e encurtando os ciclos de revisão manual de semanas para dias. Identifica conflitos de dosagem, incompatibilidades de agendamento e enviesamentos ocultos, chegando mesmo a detetar problemas que antes passavam despercebidos.

De acordo com o roteiro oficial, Aubrai já assegurou financiamento conjunto da Bio Protocol e da VitaDAO para o estudo piloto RMR2, destinado a validar intervenções candidatas e otimizar estratégias de dosagem. Cientistas da comunidade têm acesso às funcionalidades colaborativas de Aubrai como “co-cientistas” através de uma beta fechada com interface de chat. Adicionalmente, existe suporte de carteira recorrendo à Coinbase Developer Platform, permitindo carteiras EOA auto-custodiadas com permissões transacionais restritas.

Aubrai irá lançar agentes semi-autónomos no quarto trimestre de 2025 (integrando Base AgentKit para execução total de transações e autonomia financeira). Está prevista também a abertura da base de dados FAILURE DB—um registo de resultados negativos e falhas de conceção, que visa evitar a repetição de erros. Esta iniciativa abre caminho para investigação plenamente autónoma, incluindo a geração de hipóteses, desenho experimental, execução laboratorial e publicação.

Atualização V2: Criar um Ciclo Eficiente de Investigação/Capital

A implementação do Aubrai tornou-se possível graças ao suporte do Bio Protocol V2. Esta versão introduz o paradigma “lançar e expandir” para promover crescimento sustentável, recorrendo a launchpads geridos pela comunidade:

• Lançamentos com baixa valorização: Inspirados por modelos como Pump.fun, as avaliações iniciais dos projetos situam-se nos 205 000 $ FDV, com 37,5 % dos tokens vendidos diretamente. Cada utilizador pode adquirir até 0,5 % dos tokens disponíveis na venda;
• Liquidez sustentável: Todos os fundos angariados em tokens BIO são automaticamente convertidos num pool LP juntamente com 12,5 % do total da oferta. Cada transação no mercado secundário acarreta uma taxa de 1 % (70 % destina-se à tesouraria do projeto, 30 % ao protocolo), criando um ciclo de retroalimentação “negociação — aumento do financiamento à investigação — resultados acelerados — renovado interesse de mercado”;
• Incentivos por pontos: Os utilizadores recebem pontos BioXP por staking, votação de governance, envolvimento comunitário e participação em novos lançamentos; estes pontos podem ser trocados por futuras alocações em projetos de baixo valor inicial.

Estes mecanismos converteram a Bio Protocol de uma “plataforma de financiamento de investigação científica” num “sistema operativo de ecossistema de investigação”—resolvendo questões de capital e aumentando a eficiência de conversão dos resultados de investigação, graças aos incentivos comunitários e automação.

Longo-Termismo do DeSci e Perspetivas Futuras

A recuperação do BIO e o lançamento do Aubrai voltaram a centrar as atenções no setor DeSci. Persistem, contudo, desafios de fundo: os ciclos de investigação mantêm-se longos (mesmo com a aceleração do Aubrai, as terapias de longevidade exigem anos até transitar do laboratório para a clínica), a paciência do mercado é limitada (os investidores em cripto habituaram-se a volatilidade extrema) e subsiste uma incerteza regulatória significativa (a investigação com seres humanos implica custos elevados de compliance).

Changpeng Zhao, fundador da Binance, afirmou em entrevista à Foresight News: “DeSci e as meme coins representam polos opostos. Os projetos DeSci têm ciclos longos, mas os investidores em cripto tendem a pouca tolerância temporal. As meme coins estão em voga e estes projetos acabam por passar despercebidos. No entanto, a longo prazo, podem gerar benefícios extraordinários para a sociedade e a humanidade. Estou convicto de que acabarão por vingar, mas é impossível prever quando.”

Aviso legal:

1. Este artigo é uma republicação de [Foresight News] e mantém os direitos de autor do autor original [Nicky, Foresight News]. Para esclarecimentos sobre esta republicação, contacte a equipa Gate Learn para resposta célere conforme os procedimentos aplicáveis.
2. Aviso de responsabilidade: As opiniões e perspetivas apresentadas pertencem exclusivamente ao autor e não constituem recomendação de investimento.
3. As versões noutras línguas deste artigo foram traduzidas pela equipa Gate Learn. Sem referência explícita a Gate, é proibida qualquer reprodução, distribuição ou plágio de versões traduzidas.