Filosofia Web3: A evolução do computador pessoal ao supercomputador global
A essência do Web3 não vem do Bitcoin ou da Internet, mas pode ser rastreada até o nascimento do computador pessoal. O núcleo dessa ideia é capacitar os indivíduos a controlarem sua privacidade e ativos, permitindo que as pessoas moldem suas vidas de acordo com suas próprias vontades. Esse pensamento continua a filosofia de computação pessoal desde os anos 60.
Embora as pessoas frequentemente associem o Web3 ao desenvolvimento da Internet ou à revolução das criptomoedas, essas perspectivas não conseguem tocar o seu núcleo espiritual mais profundo. Na verdade, a compreensão atual do Web3 pode ser apenas a ponta do iceberg.
A ideia central do Web3 remonta ao surgimento dos computadores pessoais no final da década de 1960. Sua essência é devolver o controle da tecnologia aos indivíduos, permitindo que os usuários criem e gerenciem contas e carteiras de forma autônoma, interajam com outros sem a necessidade de confiança e participem livremente da governança da rede.
O objetivo do Web3 não é controlar as pessoas com tecnologia, mas ajudar as pessoas a dominar a tecnologia, permitindo que elas pensem de forma independente e vivam de forma autônoma. Essa visão está em alta consonância com a filosofia do surgimento dos computadores pessoais, ecoando a onda da contracultura que ocorreu entre meados da década de 60 e meados da década de 70, e que depois se integrou ao movimento de código aberto e ao espírito da internet.
Antes mesmo de o termo "Web3" ser oficialmente proposto, já havia muitos pioneiros na área da tecnologia explorando ideias semelhantes sobre o futuro. Em uma época em que os computadores eram caros e ainda não estavam difundidos, eles já acreditavam que a tecnologia deveria servir à liberdade individual. Uma das figuras mais representativas é Steve Jobs.
Steve Jobs na adolescência viveu na década de 1960, um tempo cheio de turbulência e idealismo. Após a prosperidade econômica do pós-guerra nos anos 50, a sociedade americana tornava-se cada vez mais padronizada, o que deixou muitos jovens desiludidos e em rebelião contra uma vida dominada por grandes empresas e pela mídia mainstream.
Neste contexto, uma revista independente chamada "Catálogo Global" tornou-se muito popular entre os jovens, incluindo Steve Jobs. A publicação tem como lema "Obtenha Ferramentas" e se dedica a apresentar aos leitores diversas ferramentas que podem ajudar os indivíduos a pensar de forma independente e a assumir o controle de seu destino.
Entrando na década de 1970, o caminho para a popularização dos computadores pessoais tornou-se cada vez mais claro. Algumas instituições começaram a alertar os primeiros hackers de que a tecnologia, se mal utilizada, poderia tornar-se uma ferramenta de controle.
Foi sob esta orientação que Jobs participou do "Clube de Computadores Feitos à Mão" - um dos primeiros encontros de hackers da história, que também se tornou a fonte da onda de computação pessoal no Vale do Silício. No ano seguinte, ele co-fundou a Apple com Steve Wozniak e lançaram seu primeiro produto, o Apple I.
Oito anos depois, Jobs lançou o Macintosh, mudando completamente a percepção do público sobre os computadores. Ele queria transformar os computadores em ferramentas que capacitassem os indivíduos, em vez de serem "máquinas grandes, centralizadas e controladas por poucos".
Nos anos 1980, a tecnologia de código aberto começou a emergir, e o "movimento do software livre" surgiu em seguida. Richard Stallman e outros acreditavam firmemente que o software deve proporcionar aos usuários as liberdades e o controle mais básicos. Ao mesmo tempo, a cultura hacker começou a ser sistematizada como um sistema de pensamento único, conhecido como "ética hacker".
Na década de 1990, com a popularização da internet, a preocupação do governo com o crime cibernético também cresceu. Neste contexto, a Electronic Frontier Foundation surgiu, dedicada a defender a liberdade de expressão e os direitos dos usuários na era digital. Ao mesmo tempo, o movimento Cypherpunk também começou a surgir, enfatizando a importância da privacidade digital no núcleo da sociedade aberta.
Estas ideias impulsionaram o desenvolvimento da criptografia, levando finalmente as pessoas a uma verdadeira revolução tecnológica - o white paper do Bitcoin publicado por Satoshi Nakamoto em 2008. O nascimento do Bitcoin ocorreu em meio à crise financeira global, e a sua ideia de "sistema monetário descentralizado" proporcionou uma escolha real para aqueles que estavam desiludidos com o sistema financeiro.
Em 2013, Vitalik Buterin propôs a ideia de expandir a tecnologia blockchain de um uso monetário único para uma plataforma de computação geral, e essa ideia rapidamente evoluiu para o protótipo do Ethereum. No início do projeto, Gavin Wood juntou-se e ajudou o Ethereum a passar da teoria para a prática de engenharia.
Foi neste período que Gavin Wood apresentou sistematicamente o conceito de "Web3" pela primeira vez. Isto não é apenas o nascimento de um novo termo, mas sim uma concepção de uma nova infraestrutura social: no momento em que a tecnologia, a consciência social e as oportunidades históricas se alinham, finalmente conseguimos construir um novo mundo centrado no indivíduo, sem necessidade de confiança e intermediários.
Desde o Ethereum até ao Polkadot, passando pelo protocolo JAM que está atualmente em desenvolvimento, cada projeto parte de uma perspetiva de longo prazo, enraizada no valor central da "liberdade" — que é também a alma do computador pessoal e do Web3.
Se a revolução dos computadores pessoais liderada por Steve Jobs foi criada para construir terminais de hardware "usáveis por todos", a filosofia Web3 defendida por Gavin Wood e seus colegas está a construir um "supercomputador programável por todos" para este mundo.
De Apple I a Macintosh, e depois ao iPhone, temos assistido à evolução dos computadores pessoais. Hoje, estamos à beira de uma nova era: um "Supercomputador global" baseado em Web3, nascido para todos.
Que futuro isso trará? Não podemos resumir em uma palavra. Mas uma coisa é certa: independentemente de como a história se desenrole, sempre haverá esse grupo de pessoas por trás. Eles cruzam as fronteiras da tecnologia, das instituições e da cultura, apenas para realizar uma visão comum - construir um mundo digital verdadeiramente centrado no ser humano, que conceda a máxima liberdade e criatividade aos indivíduos.
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BoredApeResistance
· 08-03 21:22
Artigos de baixo nível falam de filosofia o dia todo
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WhaleWatcher
· 08-01 03:08
Haha, o computador pessoal é o pai de tudo.
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DuskSurfer
· 08-01 03:07
Quem é que ainda entende a história da computação hoje em dia?
Evolução do Web3: o caminho filosófico de um computador pessoal a um supercomputador global
Filosofia Web3: A evolução do computador pessoal ao supercomputador global
A essência do Web3 não vem do Bitcoin ou da Internet, mas pode ser rastreada até o nascimento do computador pessoal. O núcleo dessa ideia é capacitar os indivíduos a controlarem sua privacidade e ativos, permitindo que as pessoas moldem suas vidas de acordo com suas próprias vontades. Esse pensamento continua a filosofia de computação pessoal desde os anos 60.
Embora as pessoas frequentemente associem o Web3 ao desenvolvimento da Internet ou à revolução das criptomoedas, essas perspectivas não conseguem tocar o seu núcleo espiritual mais profundo. Na verdade, a compreensão atual do Web3 pode ser apenas a ponta do iceberg.
A ideia central do Web3 remonta ao surgimento dos computadores pessoais no final da década de 1960. Sua essência é devolver o controle da tecnologia aos indivíduos, permitindo que os usuários criem e gerenciem contas e carteiras de forma autônoma, interajam com outros sem a necessidade de confiança e participem livremente da governança da rede.
O objetivo do Web3 não é controlar as pessoas com tecnologia, mas ajudar as pessoas a dominar a tecnologia, permitindo que elas pensem de forma independente e vivam de forma autônoma. Essa visão está em alta consonância com a filosofia do surgimento dos computadores pessoais, ecoando a onda da contracultura que ocorreu entre meados da década de 60 e meados da década de 70, e que depois se integrou ao movimento de código aberto e ao espírito da internet.
Antes mesmo de o termo "Web3" ser oficialmente proposto, já havia muitos pioneiros na área da tecnologia explorando ideias semelhantes sobre o futuro. Em uma época em que os computadores eram caros e ainda não estavam difundidos, eles já acreditavam que a tecnologia deveria servir à liberdade individual. Uma das figuras mais representativas é Steve Jobs.
Steve Jobs na adolescência viveu na década de 1960, um tempo cheio de turbulência e idealismo. Após a prosperidade econômica do pós-guerra nos anos 50, a sociedade americana tornava-se cada vez mais padronizada, o que deixou muitos jovens desiludidos e em rebelião contra uma vida dominada por grandes empresas e pela mídia mainstream.
Neste contexto, uma revista independente chamada "Catálogo Global" tornou-se muito popular entre os jovens, incluindo Steve Jobs. A publicação tem como lema "Obtenha Ferramentas" e se dedica a apresentar aos leitores diversas ferramentas que podem ajudar os indivíduos a pensar de forma independente e a assumir o controle de seu destino.
Entrando na década de 1970, o caminho para a popularização dos computadores pessoais tornou-se cada vez mais claro. Algumas instituições começaram a alertar os primeiros hackers de que a tecnologia, se mal utilizada, poderia tornar-se uma ferramenta de controle.
Foi sob esta orientação que Jobs participou do "Clube de Computadores Feitos à Mão" - um dos primeiros encontros de hackers da história, que também se tornou a fonte da onda de computação pessoal no Vale do Silício. No ano seguinte, ele co-fundou a Apple com Steve Wozniak e lançaram seu primeiro produto, o Apple I.
Oito anos depois, Jobs lançou o Macintosh, mudando completamente a percepção do público sobre os computadores. Ele queria transformar os computadores em ferramentas que capacitassem os indivíduos, em vez de serem "máquinas grandes, centralizadas e controladas por poucos".
Nos anos 1980, a tecnologia de código aberto começou a emergir, e o "movimento do software livre" surgiu em seguida. Richard Stallman e outros acreditavam firmemente que o software deve proporcionar aos usuários as liberdades e o controle mais básicos. Ao mesmo tempo, a cultura hacker começou a ser sistematizada como um sistema de pensamento único, conhecido como "ética hacker".
Na década de 1990, com a popularização da internet, a preocupação do governo com o crime cibernético também cresceu. Neste contexto, a Electronic Frontier Foundation surgiu, dedicada a defender a liberdade de expressão e os direitos dos usuários na era digital. Ao mesmo tempo, o movimento Cypherpunk também começou a surgir, enfatizando a importância da privacidade digital no núcleo da sociedade aberta.
Estas ideias impulsionaram o desenvolvimento da criptografia, levando finalmente as pessoas a uma verdadeira revolução tecnológica - o white paper do Bitcoin publicado por Satoshi Nakamoto em 2008. O nascimento do Bitcoin ocorreu em meio à crise financeira global, e a sua ideia de "sistema monetário descentralizado" proporcionou uma escolha real para aqueles que estavam desiludidos com o sistema financeiro.
Em 2013, Vitalik Buterin propôs a ideia de expandir a tecnologia blockchain de um uso monetário único para uma plataforma de computação geral, e essa ideia rapidamente evoluiu para o protótipo do Ethereum. No início do projeto, Gavin Wood juntou-se e ajudou o Ethereum a passar da teoria para a prática de engenharia.
Foi neste período que Gavin Wood apresentou sistematicamente o conceito de "Web3" pela primeira vez. Isto não é apenas o nascimento de um novo termo, mas sim uma concepção de uma nova infraestrutura social: no momento em que a tecnologia, a consciência social e as oportunidades históricas se alinham, finalmente conseguimos construir um novo mundo centrado no indivíduo, sem necessidade de confiança e intermediários.
Desde o Ethereum até ao Polkadot, passando pelo protocolo JAM que está atualmente em desenvolvimento, cada projeto parte de uma perspetiva de longo prazo, enraizada no valor central da "liberdade" — que é também a alma do computador pessoal e do Web3.
Se a revolução dos computadores pessoais liderada por Steve Jobs foi criada para construir terminais de hardware "usáveis por todos", a filosofia Web3 defendida por Gavin Wood e seus colegas está a construir um "supercomputador programável por todos" para este mundo.
De Apple I a Macintosh, e depois ao iPhone, temos assistido à evolução dos computadores pessoais. Hoje, estamos à beira de uma nova era: um "Supercomputador global" baseado em Web3, nascido para todos.
Que futuro isso trará? Não podemos resumir em uma palavra. Mas uma coisa é certa: independentemente de como a história se desenrole, sempre haverá esse grupo de pessoas por trás. Eles cruzam as fronteiras da tecnologia, das instituições e da cultura, apenas para realizar uma visão comum - construir um mundo digital verdadeiramente centrado no ser humano, que conceda a máxima liberdade e criatividade aos indivíduos.